Ícones de Cristo
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A palavra "ícone" deriva do termo grego "eikon" que significa genericamente "imagem". Todavia, na história da arte e também na linguagem comum, a palavra ícone é reservada a uma pintura, geralmente portátil, de gênero sagrado, executada sobre madeira com uma técnica particular, e segundo uma tradição transmitida pelos séculos. A pátria do ícone é o Oriente bizantino que, com desvelo, conservou obras-primas artísticas de grande valor espiritual que chegaram a nós.
Eles representam a imagem sacra, o ícone litúrgico, representa principalmente Cristo. Ela não pode representar o Deus invisível e incompreensível; é a encarnação do Filho de Deus que inaugurou uma nova "economia" das imagens:
Antigamente Deus, que não tem nem corpo nem aparência, não podia em absoluto ser representado por imagem. Mas agora que se mostrou na carne e viveu com os homens posso fazer uma imagem daquilo que vi de Deus. (...) Com o rosto descoberto, contemplamos a glória do Senhor ( São João Damasceno ).
A iconografia cristã transcreve pela imagem a mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite pela palavra. Imagem e palavra iluminam-se mutuamente:
Para proferir sucintamente nossa profissão de fé, conservamos todas as tradições da Igreja, escritas ou não-escritas, que nos têm sido transmitidas sem alteração. Uma delas é a representação pictórica das imagens, que concorda com a pregação da história evangélica, crendo que, de verdade e não na aparência, o Verbo de Deus se fez homem (São João 1,1-18 abaixo), o que é também útil e proveitoso, pois as coisas que se iluminam mutuamente têm sem dúvida um significado recíproco ( II Concílio de Nicéia ).
[por Elder Sandim]
PAVEL EVDOKIMOV
6 Pois o Deus que disse: brilhe a luz no meio das trevas foi o mesmo que brilhou em nossos corações para fazer resplandecer o conhecimento da sua glória que resplandece no rosto de Cristo.(2Cor 4, 6 - Bíblia Sagrada - TEB Tradução Ecumênica da Biblia - Ed. Loyola)
O ícone é uma doxologia semelhante, uma torrente de glória e a canta com seus próprios meios. A verdadeira beleza não precisa de provas: é uma evidência ereta como argumento iconográfico da verdade divina. Esta qualidade é que dá aos ícones o seu conteúdo inteligível; ele é dogmático e, por isso, o ícone não é belo como obra de arte, mas como a própria verdade. Um ícone jamais poderá ser gracioso, mas belo, exigindo uma maturidade espiritual para ser reconhecido.
A imobilidade externa das figuras é muito paradoxal, pois cria uma forte impressão que algo se move interiormente. O plano material parece estar todo concentrado na espera de uma mensagem, e somente o lhar traduz a tensão das energias vitais..."
Pavel Evdokimov ou Paul Evdokimov (1901-1970), teólogo leigo russo, escritor do Livro O Espírito Santo na Tradição Ortodoxa, La teologia della belleza e muitos outros.
O Verbo - (SÃO JOÃO - 1, 1-18).
1 No princípio era o VERBO, e o Verbo estava junto de DEUS e Verbo era DEUS.
2 Ele estava no princípio junto de DEUS.
3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.
4 Nele havia vida, e a vida era a luz dos homens.
5 A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 Houve um homem, enviado por Deus, que se chamava JOÃO.
7 Este veio como testemunha, para dar testemunha da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.
8 Não era ele a luz, mas veio para testemunho da luz.
9 [O Verbo] era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem.
10 Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam.
12 Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creêm no seu nome, deu-lhes o poder de ser tornarem filhos de Deus,
13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
14 E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade.
15 João dá testemunho dele, e exclama: "Eis aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim é maior do que eu, porque existia antes de mim."
16 Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça.
17 Pois a lei foi dada por Moisés, a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo.
18 Ninguém jamais viu Deus, O Filho único, que está no seio do Pai, foi quem o revelou.
Bíblia Sagrada - Editora Ave Maria.
| Página atualizada em 16 de fevereiro de 2007 |
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